Especial A Cidade
Domingo, 10 de junho de 2012
TJ ainda não deu a segunda sentença
JUCIMARA DE PAUDA
jucimara@jornalacidade.com.br
“Em 12 de junho faz quatro anos”, diz Maria Beatriz Moura Campos, titular da Delegacia da Defesa da Mulher, ao ser indagada sobre o “caso Pedrinho”.
O menino Pedro Henrique Marques Rodrigues, 5 anos, morreu vítima de embolia pulmonar gordurosa causada por uma fratura no braço, em 2008.
As investigações apontaram que o padrasto e a mãe da criança seriam os responsáveis pelas agressões.
A data ficou gravada na memória da delegada que já atuou vários anos no Setor de Homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Ela não nega que fica impressionada quando os casos envolvem morte de crianças.
“Toda vez que envolve criança tudo fica muito difícil, a gente é mulher e mãe e a emoção toma conta. Quando mexe com criança, uma vítima sem capacidade para se defender, qualquer ser humano normal se emociona, mesmo para quem já trabalhou tanto tempo com homicídios”, afirma.
Juliano Aparecida Gunello, padrasto do garoto, e Kátia Marques, mãe da criança, foram condenados a sete anos de prisão por maus-tratos. Houve recurso e o caso tramita no Tribunal de Justiça. Eles nunca ficaram presos.
COMOÇÃO Missa é celebrada na Catedral em memória de Pedrinho
Morte
Pedrinho morreu no dia 12 de junho de 2008 e foi enterrado no dia seguinte, em Araraquara. Depois de receber denúncias dos maus-tratos, a delegada Maria Beatriz Moura Campos pediu e a Justiça determinou a exumação do cadáver. O corpo dele foi trazido para o IML (Instituto Médico Legal) e passou por várias perícias que constataram que o menino era vítima da síndrome da criança espancada. Ele tinha 65 hematomas e fratura na costela. A delegada indiciou o casal por maus-tratos, mas, mesmo com o laudo, não conseguiu provar quem foi o autor das agressões. “Dependo de laudos que mostrem que o excesso nos meios de correção deixa marcas”. O advogado Luiz Carlos Bento, que defende o casal, diz que eles são inocentes.
Ele afirmou na defesa que questiona todo o processo. Primeiro, porque o primeiro perito que examinou o menino não viu sinais de violência. E, segundo, porque posteriormente não assinou o laudo final preparado por outros legistas.